Day: setembro 23, 2022

O manifesto de apoio a Simone, tornado público na segunda-feira pela Coluna do Estadão | Foto: Wilton Junior/Estadão

Revista online | Por que eu voto em Simone?

Roberto Freire*

Há muito mais do que apenas 15 razões para votar em Simone Tebet para a Presidência da República no dia 2 de outubro. Mas o voto não é uma decisão puramente racional. Na solidão da cabine, só perturbada pelo som característico da confirmação do voto na urna eletrônica, valem mais a emoção e a esperança, embora muitos nos queiram movidos pelo ódio.

É na esperança de abrir caminho para a superação do clima de divisão instalado no seio das famílias brasileiras que deposito a confiança do meu voto em Simone. E, na esperança de que mais e mais brasileiros e brasileiras façam o mesmo, aqui vão algumas das minhas “razões” de voto.

  1. Simone é a mais preparada. E não tenha dúvida. Se há algo de que o próximo presidente vai precisar para reerguer o Brasil após 5 anos e meio de Dilma/PT e 4 anos de Jair Bolsonaro, é de preparo. Simone é doutora em Direito Constitucional, professora, foi prefeita, vice-governadora, é senadora, presidiu a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante do Senado, e foi a primeira mulher candidata à Presidência do Senado.
  2. É mulher. Mas não apenas por isso e não qualquer mulher. O Brasil precisa do coração de uma mãe, que tenha o olhar para o todo e para os detalhes, mas não se perca neles; e da cabeça de uma gestora, que tenha espírito de liderança, mas valorize a escuta e saiba o momento de fazer e de delegar.
  3. A força do interior: Simone é o Brasil do Agro, mas o Agro moderno, que defende o uso intensivo de tecnologia, que melhora a produtividade sem avançar sobre áreas de proteção ambiental, que sabe que o diferencial do país que alimenta o mundo é a manutenção da floresta em pé, gerando renda para as comunidades e inovação para toda a cadeia produtiva.
  4. Vai fazer as concessões e privatizações de que o Brasil precisa, porque não tem as amarras ideológicas de Lula e Dilma e tem a competência que falta a Bolsonaro e sua equipe, abrindo um novo ciclo de investimentos e crescimento econômico.
  5. Defensora da ciência. Demonstrou na CPI da Covid porque é tão importante acreditar na ciência: salvou vidas e agilizou a chegada das vacinas ao impedir que o governo, seja por interesses escusos, seja por interesses político-ideológicos, se guiasse exclusivamente pelo negacionismo do presidente.
  6. É democrata convicta. Simone é herdeira do MDB histórico, simbolizado na figura de seu pai Ramez Tebet e no apoio de nomes como Pedro Simon. A raiz política de Simone é a democracia, são os valores republicanos, que professa e defende, como professora de Direito e como parlamentar. Agirá para que as instituições voltem à normalidade funcional.
  7. Economia verde: Lula e Bolsonaro tiveram a oportunidade de demonstrar compromisso com a nova economia, uma economia limpa, carbono zero, inovadora, na fronteira do conhecimento. Lula é o olhar da década de 1980 para esse processo. Bolsonaro, então, nem se fala: é a visão militar ultrapassada das décadas de 60 e 70. Simone é a única que pode aliar liberais, ambientalistas e centro-esquerda em um projeto contemporâneo do futuro.
  8. É progressista. Nesses tempos em que Lula se sente à vontade para dizer que “se vai bater em mulher, não bata dentro de casa”, não dá pra dizer que a esquerda tradicional tenha o monopólio da virtude. Não tem. Na verdade, essa esquerda que faz vista grossa para o lulismo se converteu em força reacionária. Simone pode nos empurrar para a frente.
  9. É corajosa. Já deu várias demonstrações de que não foge à luta. Simone enfrenta. E, sem enfrentar os interesses terceiros que tomaram conta do Orçamento nos anos Bolsonaro, não seremos capazes de mudar o país e melhorar a realidade das pessoas.
  10. Olhar social. Em um país com 33 milhões de brasileiros passando fome, a prioridade tem de ser o investimento social.
  11. Tolerância. Simone é católica, mas respeita todas as religiões. Não mistura fé e política.
  12. Transparência. Simone não tem o que esconder. Sua vida pública é pública. E ela já assumiu o compromisso de revogar todos os sigilos de 100 anos impostos pela gestão Bolsonaro.
  13. Está com Mara Gabrilli, também senadora, e com ela teremos pela primeira vez na história um governo realmente comprometido com mais de 17 milhões de brasileiros que têm algum tipo de deficiência.
  14. É reformista. O Brasil precisa de reformas. A começar pela reforma tributária. Bolsonaro não entregou. Nem Lula nos anos que presidiu ou na gestão Dilma.
  15. É a única capaz de unir o Brasil e pacificar as famílias. Simone não baseia sua campanha no ódio, na desinformação ou nos seus adversários, mas nas propostas pra mudar o Brasil.

Confira, abaixo, galeria de imagens:

Simone Tebet precisa seduzir caciques do MDB | Foto: reprodução/Correio Braziliense
Senadora Simone Tebet (MDB-MS)...Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Simone Tebet | Foto: reprodução/Flickr
Simone Tebet e Roberto Freire aparecem juntos no estande da Fundação Astrojildo Pereira | Foto: João Rodrigues/FAP
Simone Tebet em fundo roxo | Foto: reprodução Correio Braziliense
Simone Tebet no Plenário do Senado | Moreira Mariz/Agência Senado
Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM) realiza reunião para apreciação do Plano de Trabalho e de Requerimento para realização de audiência pública.   Mesa (E/D):  vice-presidente da CMCVM, deputada Keiko Ota (PSB-SP);  presidente da CMCVM, senadora Simone Tebet (PMDB-MS);  relatora da CMCVM, deputada Luizianne Lins (PT-CE)   Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Simone Tebet em comissão especial do Impeachment | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
xSimone-Tebet
Simone Tebet segurando microfone
Simone Tebet precisa seduzir caciques do MDB
Simone Tebet
Simone Tebet
Simone Tebet e Roberto Freire aparecem juntos no estande da Fundação Astrojildo Pereira
Simone Tebet em fundo roxo
Simone Tebet no Plenário do Senado
Comissão Permanente Mista de Combate à Violência
Simone Tebet em comissão especial do Impeachment
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Simone Tebet segurando microfone
Simone Tebet precisa seduzir caciques do MDB
Simone Tebet
Simone Tebet
Simone Tebet e Roberto Freire aparecem juntos no estande da Fundação Astrojildo Pereira
Simone Tebet em fundo roxo
Simone Tebet no Plenário do Senado
Comissão Permanente Mista de Combate à Violência
Simone Tebet em comissão especial do Impeachment
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Por fim, a polarização sempre esteve presente nas eleições, mas não o clima de ódio. Não se trata de analisar quem é mais ou menos radical ou como essa divisão se acirrou. Mas de buscar os meios para superá-la.

E não será com nenhum dois que estão nos polos dessa disputa. Ao contrário. A vitória de um ou de outro levará o Brasil a caminhos ainda mais sombrios, de acentuação da violência e da divisão.

Sobre o autor

*Roberto Freire é presidente nacional do Cidadania.

** O artigo foi produzido para publicação na revista Política Democrática online de maio de 2022 (47ª edição), produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.

*** As ideias e opiniões expressas nos artigos publicados na revista Política Democrática online são de exclusiva responsabilidade dos autores. Por isso, não reflete, necessariamente, as opiniões da publicação.

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Arte: João Rodrigues/FAP

Terezinha Lelis: “Omissão do governo na educação prejudica gerações de brasileiros”

João Rodrigues, da equipe da FAP

Os problemas graves enfrentados pelo Brasil têm, na falta de projeto nacional e consistente para a educação, uma face particularmente perversa e danosa. Baixo investimento, infraestruturas de escolas sucateadas, desvalorização de professores. Os problemas na educação brasileira são muitos e merecem atenção de toda a sociedade. Esses são alguns dos principais apontamentos do manifesto lançado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) no início deste mês.

Para analisar os desafios da educação brasileira, o podcast Rádio FAP desta semana recebe a professora Terezinha Lelis. Integrante do Conselho Curador da FAP, ela é psicóloga pela Universidade de São Paulo (USP), psicopedagoga pela EPsiBA, em Buenos Aires, Argentina, e mestre em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).



A falta de políticas públicas nacionais para a educação, os benefícios do ensino integral e a importância do investimento na educação básica também estão entre os temas do programa. O episódio conta com áudios do Poder 360, Jovem Pan News e Quebrando Tabu.

O Rádio FAP é publicado semanalmente, às sextas-feiras, em diversas plataformas de streaming como Spotify, Youtube, Google PodcastsAnchorRadioPublic e Pocket Casts. O programa tem a produção e apresentação do jornalista João Rodrigues.

RÁDIO FAP




Gênero artístico pioneiro em Brasília com origens de São Paulo | Foto: Washington Rodrigues/FAP

Cultura: SlaM-DéF é pioneiro em Brasília

Luciara Ferreira*, com edição da Coordenadora de Mídias Sociais Nívia Cerqueira

Will Junio conta que o SlaM-DéF surgiu a partir de influências de Roberta Estrela Dalva, organizadora do ZAP SlaM SP, que veio até Brasília para realizar a batalha de rima “Neurônio”. “Eu estava no evento e Roberta falou um pouco sobre esse gênero cultural, acabei me identificando. Ela me ajudou a ser um SlaM master, o mestre de cerimônia das batalhas”, explica o fundador e coordenador do projeto, Will Júnio.

Realizada mensalmente em parceria com Biblioteca Salomão Malina, espaço que integra a Fundação Astrojildo Pereira, as batalhas de poesias voltaram a acontecer de forma presencial desde julho deste ano, após um longo período de apresentações virtuais, por conta da quarentena do Covid-19.

“Mesmo com a pandemia, nossos encontros não pararam. Eles passaram a acontecer em formato online. A gente abria as inscrições por meio de um formulário virtual e fazíamos lives pelo aplicativo Zoom, que era transmitido pelo Facebook da Biblioteca e YouTube da Fundação Astrojildo, simultaneamente”, diz Will.

Veja, a seguir, vídeo de participante do SlaM-DéF:

https://youtu.be/pk-_NCuGOoY

A edição de setembro acontece neste sábado (24/9), às 10h, na Biblioteca Salomão Malina, localizada no CONIC, em Brasília (DF) e conta com a participação da DJ Poto. Com entrada gratuita, o evento disponibiliza 16 vagas e as inscrições acontecem por ordem de chegada.

De acordo com Will, atualmente, o SlaM – Déf conta com cerca de 100 participantes por edição, considerando que alguns desistem ainda no decorrer das rodadas competitivas. “Quando é uma edição mais festiva com algumas premiações ou campeonatos temos mais interessados”, complementa.

Como forma de agradecimento pela participação e incentivo, a Biblioteca Salomão Malina junto ao projeto artístico e patrocinadores, presenteia o ganhador da batalha com um troféu, um livro com poesias do SlaM - Déf e cem reais em dinheiro. Para os colocados em segunda e terceira posição são oferecidos brindes doados pelos patrocinadores.

Para a juventude que tem interesse pela arte de rimar, as batalhas trazem benefícios perceptíveis a curto prazo, destaca Will. “Os jovens quando estão saindo das batalhas falam que estão se sentindo mais leves, interativos e mais reflexivos sobre as atitudes e sociedade”.

Confira, abaixo, galeria de imagens:

Candidata recitando sua poesia muito empolgada com a competição | Foto: SlaM-DéF
Coordenador do projeto cultural de poesias, Will Junio | Foto: SlaM-DéF
Premiação que o candidato classificado em primeiro lugar na batalha de poesias recebe | Foto: SlaM-DéF
Edição presencial do SlaM-DéF |  Foto: SlaM-DéF
Poeta expressando a sua arte de rimar | Foto: SlaM-DéF
Poetisa recitando a sua rima | Foto: SlaM-DéF
Participante em competição de poesias na Biblioteca Salomão Malina | Foto: SlaM-DéF
Participante da batalha de poesias SlaM-DéF | Foto: SlaM-DéF
Colaboradora da Biblioteca Salomão Malina e ganhador | Foto: SlaM-DéF
Candidata recitando sua poesia muito empolgada com a competição | Foto: SlaM-DéF
Coordenador do projeto cultural de poesias, Will Junio | Foto: SlaM-DéF
Premiação que o candidato classificado em primeiro lugar na batalha de poesias recebe | Foto: SlaM-DéF
Edição presencial do SlaM-DéF | Foto: SlaM-DéF
Poeta expressando a sua arte de rimar | Foto: SlaM-DéF
Poetisa recitando a sua rima | Foto: SlaM-DéF
Participante em competição de poesias na Biblioteca Salomão Malina | Foto: SlaM-DéF
Participante da batalha de poesias SlaM-DéF | Foto: SlaM-DéF
Colaboradora da Biblioteca Salomão Malina e ganhador | Foto: SlaM-DéF
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Candidata recitando sua poesia muito empolgada com a competição | Foto: SlaM-DéF
Coordenador do projeto cultural de poesias, Will Junio | Foto: SlaM-DéF
Premiação que o candidato classificado em primeiro lugar na batalha de poesias recebe | Foto: SlaM-DéF
Edição presencial do SlaM-DéF |  Foto: SlaM-DéF
Poeta expressando a sua arte de rimar | Foto: SlaM-DéF
Poetisa recitando a sua rima | Foto: SlaM-DéF
Participante em competição de poesias na Biblioteca Salomão Malina | Foto: SlaM-DéF
Participante da batalha de poesias SlaM-DéF | Foto: SlaM-DéF
Colaboradora da Biblioteca Salomão Malina e ganhador | Foto: SlaM-DéF
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Sobre o Slam-DéF

O SlaM nasceu em Chicago, Estados Unidos, nos anos 1980. Chegou ao Brasil duas décadas depois. No Distrito Federal, começou em 2015, com o Slam-DéF, que também atua no Entorno. O grupo integra pessoas de qualquer idade, cor, raça, etnia e orientação sexual.

Interessados podem solicitar mais informações por meio do WhatsApp oficial da Biblioteca Salomão Malina (61 98401-5561).

Serviço

Batalha de Poesias SlaM-DéF

Dia: 24/9/2022

Horário: 10h

Onde: Hall de entrada da Biblioteca Salomão Malina, localizada no SDS, Bloco P, ED. Venâncio III, Conic, loja 52, Brasília (DF).

Realização: Slam-DéF, em parceria com Biblioteca Salomão Malina e Fundação Astrojildo Pereira (FAP)

*Integrante do programa de estágio da FAP sob supervisão.


Nas entrelinhas: Voto útil pode reduzir distância entre Lula e Bolsonaro

Luiz Carlos Azedo | Nas entrelinhas | Correio Braziliense

A campanha de voto útil deflagrada pelo PT para garantir a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno é a estratégia adotada pelo petista na reta final de sua campanha. O objetivo é volatilizar a candidatura do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e, com isso, atrair os eleitores que lhe faltam para ter mais de 50% dos votos válidos em 2 de outubro. A expectativa de poder que o favoritismo de Lula oferece, ao contrário do que acontece com os demais candidatos de oposição, é um fator de atração de apoios de personalidades, intelectuais e políticos do chamado centro democrático, que estão aderindo publicamente à campanha do petista. Lula está mais próximo de uma vitória no primeiro turno.

No caso de Ciro, o voto útil já está implodindo o PDT. O tom agressivo da campanha, porém, provoca forte reação de Ciro Gomes, que passou a tratar Lula como adversário principal nas últimas semanas, por ter a sua sobrevivência como líder político nacional ameaçada pelo esvaziamento progressivo de sua candidatura. Na prática, essa reação de Ciro reforça a narrativa adotada por Bolsonaro para aumentar o índice de rejeição de Lula, focada, principalmente, nos escândalos do mensalão e da Petrobras, e pelas condenações em primeira e segunda instâncias nos processos da Operação Lava Jato, embora essas sentenças tenham sido anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Esse confronto no campo da oposição pode deixar muitas sequelas. O risco da estratégia é que a ofensiva não alcance seu objetivo e reduza, porém, a distância de Lula para o ex-presidente Jair Bolsonaro na votação de primeiro turno. Isso dependeria também do esvaziamento da candidatura de Simone Tebet (MDB), alvo de uma segunda frente da campanha do voto útil, operada pelo ex-governador Geraldo Alckmin, o vice de Lula, junto às lideranças históricas do PSDB. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pressionado por seus amigos e aliados mais próximos que aderiram a Lula nesta semana, ainda resiste a declarar apoio ao petista. Ontem, distribuiu nota na qual pedia voto para os candidatos de oposição a Bolsonaro, em defesa da democracia, sem aderir ao voto útil, mas não citou Simone, candidata que está oficialmente coligada com o PSDB e o Cidadania.

Com menos virulência do que Ciro, Simone Tebet também vem reagindo à campanha do voto útil. Em cards distribuído nas redes sociais, ela se coloca como única candidata em condições de derrotar Lula no segundo turno. É uma maneira de barrar o esvaziamento de sua candidatura por meio de um voto útil com sinal trocado, que levaria seus eleitores mais conservadores a desistirem de seu nome e derivar por gravidade para Bolsonaro, já que são antipetistas. É aí que mora o perigo de a campanha do voto útil reduzir a distância de Lula para Bolsonaro, sem garantir uma vitória no primeiro turno, reforçando a polarização eleitoral e, também, a radicalização política no segundo turno. Quanto menor a distância de Lula para Bolsonaro, maior o estresse previsível do ponto de vista institucional.

“Inimigo principal”

Numa campanha radicalizada, na qual os candidatos se tratam como adversários a serem liquidados, errar de “inimigo principal” pode ser fatal. Enquanto Bolsonaro concentra o fogo contra Lula, a oposição começa a se digladiar com muita agressividade na campanha. O normal seria que Ciro Gomes estivesse lutando para tomar o lugar de Bolsonaro, o segundo colocado, e não escalasse o confronto com Lula. A mesma coisa acontece com os petistas que estão intensificando os ataques ao candidato do PDT e, agora, contra Simone Tebet, que votou em Bolsonaro no segundo turno de 2018, mas vem fazendo uma firme campanha contra ele nestas eleições. Efeitos colaterais podem frustrar o esforço de Lula para vencer a eleição no primeiro turno nesta reta final e complicar muito a sua vida no segundo turno.

Bolsonaro errou muito na campanha até agora, mas passou a ouvir mais o seu marqueteiro, Duda Lima, responsável pelos programas de televisão, durante as gravações, segundo informa sua assessoria de imprensa, a propósito da coluna de ontem, quando afirmei o contrário. O caminho crítico para Bolsonaro chegar ao segundo turno é reduzir a vantagem de Lula entre os eleitores de mais baixa renda e entre as mulheres, o que ainda parece impossível. Para isso, ontem, o governo anunciou que vai comprar alimentos produzidos por pequenos agricultores e distribuí-los entre os mais pobres, uma tentativa de neutralizar o principal fator de desgaste de Bolsonaro junto aos eleitores que recebem até dois salários mínimos: o preço dos alimentos.

Na reta final da campanha, os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro serão decisivos para Bolsonaro garantir o segundo turno. No Rio de Janeiro, a reeleição do governador Cláudio Castro (PL) no primeiro turno ainda está no telhado, mas a distância de Marcelo Freixo (PSB) favorece Bolsonaro e complica para Lula. Em São Paulo, onde o petista Fernando Haddad é favorito, a estagnação da candidatura de Tarcísio Freitas (Republicanos) e o crescimento de Rodrigo Garcia (PSDB) preocupam Bolsonaro, que pretende intensificar sua campanha no estado. Em Minas, os ataques do governador Romeu Zema (Novo) ao ex-governador petista Fernando Pimentel acenderam um alerta vermelho na campanha de Lula, que apoia o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD). Zema deve vencer no primeiro turno, mas ninguém sabe o que fará depois de eleito, se houver segundo turno entre Lula e Bolsonaro.

https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-voto-util-pode-reduzir-distancia-entre-lula-e-bolsonaro/

Desembargador determina retirada de reportagens do UOL sobre imóveis comprados em dinheiro vivo pela família Bolsonaro

Por Márcio Falcão, TV Globo

O desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), determinou a retirada do ar de reportagens do portal UOL, que tratavam da compra de 51 imóveis em dinheiro vivo pela família do presidente Jair Bolsonaro (PL) (veja mais abaixo). A decisão é liminar, está em segredo de Justiça, e atende a um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Na decisão, o magistrado entendeu que as reportagens, escritas pela jornalista Juliana Dal Piva, se basearam em uma investigação anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O UOL afirma que já cumpriu a decisão, mas a classificou como "censura" e disse que vai recorrer.

As reportagens consideravam o patrimônio do presidente, dos três filhos mais velhos, da mãe, de cinco irmãos e duas ex-mulheres, no Distrito Federal e nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o texto, são 107 imóveis, dos quais 51 foram comprados com dinheiro vivo. Em valores corrigidos pela inflação, o montante equivale hoje a quase R$ 26 milhões, de acordo com a reportagem.

Na decisão, o desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti afirma que, mesmo que a jornalista e o portal, "tenham dito que se ampararam em pesquisa a documentos fidedignos (escrituras públicas de compra e venda de imóveis), para averiguar quais e quantas propriedades foram adquiridas, com dinheiro em espécie, pela família B., desde os anos 1990, atrelou-se a esses fatos a conclusão ou, ao menos, a suposição, de que o capital utilizado para a compra dos imóveis seria proveniente de prática ilícita, consistente nas denominadas 'rachadinhas'".

Ainda de acordo com o magistrado, "alguns dos negócios entabulados" foram citados na investigação que apurava um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do senador. A investigação foi anulada pelo STJ em novembro do ano passado, porque os ministros entenderam que a condução da apuração foi feita por um juiz incompetente.

Ao determinar a retirada das reportagens, o desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti diz que "tais matérias foram veiculadas quando já se tinha conhecimento da anulação da investigação, em 30/08/2022 e 09/09/2022, o que reflete tenham os Requeridos excedido o direito de livre informar".

"A uma, porque obtiveram algumas informações sigilosas contidas em investigação criminal anulada e, a duas, porque vincularam fatos (compra de imóveis com dinheiro em espécie), cuja divulgação lhes é legítima, a suposições (o dinheiro teria proveniência ilícita) não submetidas ao crivo do Poder Judiciário, ao menos, até o momento", afirma.

*Matéria publicada originalmente no G1.


Roberto Freire fala sobre radicalização provocada por Lula e Bolsonaro (Foto: Reprodução/Internet)

Roberto Freire pede empenho da militância e lideranças na reta final da campanha eleitoral

Cidadania23*

Na reta final da campanha eleitoral de 2 de outubro, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, reforçou em mensagem de vídeo (veja abaixo) às lideranças e a militância do partido nos estados e municípios a importância do empenho e voto na candidatura a presidente de Simone Tebet, e nos candidatos da legenda a deputado estadual e distrital, em especial aos que pleiteiam se eleger deputado federal.

“Isso eu diria a vocês que é muito importante, inclusive para aqueles que nos municípios brasileiros e nos estados exercem mandatos eletivos pelo Cidadania. Isso é fruto de participação, de trabalho, de posições políticas e também de recursos. E os recursos são criados nas eleições nacionais para deputado federal. Essa é a nossa responsabilidade nesta eleição”, afirmou.

É o resultado do pleito para a Câmara dos Deputados que vai determinar, nos próximos quatros anos, o percentual de participação do Cidadania nos fundos partidário e eleitoral.

“Se integrem na campanha [dos nossos candidatos] porque em 2024 evidentemente teremos melhores campanhas nos seus municípios, nas suas prefeituras, mandatos de vereadores para um crescimento ainda maior do nosso Cidadania”, pediu Freire, ao conclamar a unificação do partido no trabalho da conquista do voto para o fortalecimento do partido.

https://www.youtube.com/watch?v=jL2Wub8jU9g&t=3s

*Texto publicado originalmente no portal Cidadania23.