Day: fevereiro 17, 2020

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Brainstorming on a certain subject might be called focused free writing. Writing an auto Biography is a massive task. Although it's a challenging occupation ( showing all the particulars briefly ), it could end up being a satisfying experience ultimately. This won't need to stay the official essay form or ideal paperhelper sentences.Read more


Essays On Influence Of Media On Youth

. (encyclopedia2.

thefreedictionary, 2009). They are commonly included into business blue prints and in some circumstance might type element of the mission, vision and core values of the companies.

Ethics in corporations determine and determine the troubles which probably regarded as criminal or in opposition to the beliefs of many and body them in such absent that accomplishing it will volume to violation of the regulation or code of conduct. They as a result entice punishment when committed, to act as a deterrent to foreseeable future offenders and to make sure smooth working of the corporations. rnApart from the earlier mentioned mentioned groups of ethics, troubles these kinds of as ethics of accounting, ethics of human resource, ethics of ethics of production and ethics of intellectual assets knowledge and skill are also deemed.

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(Wiki 2009 Corporate ethics encompass all the very good so to say that will have to be the intention of all Corporates besides creating gain. Corporates need to have to boost what is progressive and ethical. They should be centered on broad ideas of fairness, integrity and kinds that are concentrating on stake holder welfare, environmental sustainability and good welfare of workers (. Jon Entine, 1994).

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In addition it have to include the social attributes of human legal rights,rnrnAbstract: Lean and Eco-friendly source chain plays a key position in small scale industries. This paper attempts to get the data as to how a great deal this strategy is identified in these industries. This is completed by conducting a temporary review and then formulating a brief survey. rnDon't waste time! Our writers will develop an unique "Purpose Of Lean And Inexperienced Offer Chain Organization Essay" essay for you whith a 15% discount.

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rnThis study was conducted through telephonic chat and the concerns had been questioned to the businesses of the industries.

essay on my parents and me college papers essay on water transport in hindi Afterwards the responses of the members have been analyzed and compiled. By way of this survey the recognition of the strategy of Lean and Inexperienced supply chain is predicted to widen within these industries. Keywords: compact scale industries, Lean supply chain, Environmentally friendly supply chain. rnThe compact scale industries in India perform a important job in the Indian financial state. The advancement of compact scale industries (SSI) in India is large in new decades.

The tiny scale industries in India produces a most significant work options for the Indian populace, following only to agriculture. It has been believed that a hundred thousand rupees of expenditure in mounted assets in small scale sector generates work for four individuals. The modest scale industries add 40% of gross manufacture to the Indian financial state. In spite of this modest scale industries engage in a significant role in India's existing export general performance. There are three important types of small scale industries which have extra revenues they are food items product or service industries, garment manufacturing industries and metallic industries.

The concentrate of this paper is how these industries utilizes or ignores the Lean and Inexperienced source chain principle. rnThe objective of this paper was to get a far better comprehending of the phrase "Lean and Eco-friendly offer chain" and its role in the little scale industries in India. A literature evaluation was published on the basis of valid strategy to the thought by researching a number of journals and articles or blog posts. The overview was composed on summarizing the ideas of Lean with sating the fourteen concepts from Toyota way likewise the notion of Inexperienced source chain is abstracted from many will work of other individuals and concluded. Just after which a study issues had been created and despatched to the business people of a few different kinds of compact scale industries. The study was conducted as a result of a telephonic chat.

Just after the conversations, an general collective reaction was created for every of the particular person issue in the study.


Cacá Diegues: Alô, alô, carnaval

Espectadores poderão cantar, com as escolas, sambas de grande qualidade, uma safra de composições para ficar na história

O carnaval vem aí, começa no fim desta semana. Mesmo que você não esteja a fim desse barato, pegue uma carona nas ondas da alegria, como os surfistas campeões se deixam levar pelas de Pipeline e Nazaré. E esqueça, por algum momento, o que nos aborrece.

Esqueça, por exemplo, que quando alguns políticos e funcionários do governo se manifestam, seja sobre o que for, há uma estranha e automática identificação entre eles, nem sempre muito claramente revelada. É como se um acordo secreto os ligasse na surdina. Na mesma semana em que o STJ liberou a nomeação de Sergio Camargo para a direção da Fundação Palmares, o ministro Paulo Guedes revelou seu desgosto em ver pessoas sem pedigree social viajar à Disneyworld.

Depois de tratar os servidores públicos como parasitas (antes do Oscar!), nosso ministro da Economia resolveu acusar as empregadas domésticas de serem responsáveis pelo valor do dólar. Uma acusação ambígua, pois ao mesmo tempo em que lamentava que elas, com o dólar barato demais, vivessem saracoteando em festas na Disney, ainda afirmava que era melhor mesmo que a moeda americana aumentasse de valor, isso não tinha nada demais. E ele é um grande economista, educado em Chicago.

Com um pouco de cuidado, constatamos o mesmo sentimento, em declaração semelhante de Sérgio Camargo, a propósito de sua nomeação para gerir o principal meio oficial de promoção da cultura afrodescendente em nosso país. Ele nos dizia que a escravidão, apesar de tudo, acabara por ser benéfica para os negros brasileiros, herdeiros dos africanos escravizados. Sendo a escravidão a mãe de quase todos os nossos males sociais.

No varejo de sua ideologia, o poder público segue nos afirmando sua extravagante opção pela interdição de tudo que possa perturbar a ideia oficial de um mundo sob controle. O que deseja o plano de comportamento sexual da juventude, proposto pela ministra e pastora Damares, senão o impedimento do prazer e da alegria? Será que foi um acaso seu lançamento nas vésperas do carnaval? E os livros apreendidos pelo governador de Rondônia, que se declara fiel seguidor de nosso presidente? Foram 43 obras de autores como Machado de Assis, Franz Kafka, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, Carlos Heitor Cony, Rubem Fonseca, Nelson Rodrigues, Edgar Allan Poe, e outros. Gente dos quais o bravo governador não deve ter lido nem a orelha dos livros.

Aliás, é bem impressionante (com dois ss!) a obsessão de nossos dirigentes pelo sexo, embora o tratem como inimigo mortal da santidade. A mulher é sempre a chave das metáforas oficiais para comportamentos repudiáveis. Como nosso desastrado Goebbels, ex-secretário de Cultura, fez questão de tratar nossa inquestionável Fernanda Montenegro. Ou como o próprio presidente da República tratou a esposa de seu colega francês, que protestou contra as queimadas na Amazônia.

A vítima mais recente desse comportamento é a jornalista Patrícia Campos Mello. Em seu depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das fake news, o profissional de marketing Hans River do Nascimento acusou Patrícia de tentar obter informações seduzindo-o, oferecendo-se sexualmente. Desmascarado pelos próprios parlamentares da CPMI, o rapaz ainda teve que encarar um manifesto de protesto assinado por 2.411 mulheres da imprensa, solidárias a Patrícia.

Como sempre, nossa esperança se ilumina com o carnaval que começa no próximo fim de semana. Ancelmo Gois, em sua coluna, nos informou outro dia que, mesmo com o tsunami conservador que varre o país, todos os ingressos para o desfile do Grupo Especial das escolas de samba, no domingo e na segunda, já foram vendidos. Nada mais belo do que o Sambódromo lotado em dia de carnaval. E, este ano, os espectadores poderão cantar, com as escolas, sambas de grande qualidade, uma safra de composições para ficar na história dos desfiles.

De minha parte, vou cantar com a Portela de meus amores o samba de enredo que diz: “No ventre há vida, novo amanhã, Irim Magé já pode ser feliz, transforma a dor na alegria de poder mudar o mundo”. Isso é muito mais bonito, serve muito mais para viver, do que o horror daqueles golden showers que andaram nos mostrando por aí.


Marcelo Trindade: Patrulha noturna

Mais de 30 anos depois da redemocratização, nossa esquerda vitimiza-se à primeira oportunidade

No começo da década de 1980, boa parte de minha geração tinha um desejo latente de engajamento político. Os mais à esquerda frustravam-se por não termos sofrido como a geração anterior. Lendo Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis, invejávamos a coragem dos jovens antes de nós, e nos sentíamos fúteis e egoístas.

Votamos para governador em 1982, pela primeira vez desde 1965, e um metalúrgico radical liderava um partido de trabalhadores. Mas o ocaso da ditadura era lento e gradual, e as passeatas pelas Diretas só viriam em 1984. Os protagonistas da política eram do passado. Da esquerda à direita, pagava-se o preço de quase duas décadas de opressão.

Foi em meio a essa puberdade tardia de nosso desejo político que surgiram a rádio Fluminense e o rock nacional. Junto com o discurso dos velhos políticos retornados do exílio e os versos das canções de protesto murchados pela distensão, passávamos a ouvir músicas feitas por garotos e garotas como nós.

Tinha 19 anos quando saiu o primeiro disco dos Paralamas do Sucesso, “Cinema mudo”, de 1983. O amigo Vital, a dificuldade de focar no estudo para o vestibular, o medo das blitzen policiais que infernizavam nossas escapadas noturnas. A simplicidade juvenil dos temas me acertou em cheio. E eu nem sabia que amadureceríamos juntos, disco a disco, por décadas.

Estava tudo lá, o som era alto e bom, outros talentos vieram, mas mesmo assim muitos amigos fizeram cara feia e patrulharam o rock nacional. Não gostavam das letras pequeno-burguesas e diziam que o momento era de atuação política. Como eu ouvia aquela música o tempo todo, sabia as letras e ia aos shows, vira e mexe sentia-me como uma espécie de fã ressuscitado da Jovem Guarda. Levou algum tempo até aqueles jovens músicos serem aceitos pela intelligentsia brasileira.

O sentimento me voltou com os ataques recentes a Regina Duarte. Quase ninguém considerou o sacrifício para uma atriz, mesmo não sendo da patota, dispor-se a assumir uma função em um governo abominado, e com razão, por seus pares. Sem conhecê-la, presumi que, ao menos em parte, ela tivesse aceito o risco do linchamento público por perceber o ponto a que as coisas haviam chegado no tratamento da cultura pelo governo Bolsonaro. Regina não fará milagres, mas tem uma oportunidade. Ciente do ônus que o presidente teria para demiti-la, pode impor limites e denunciar quem quiser ultrapassá-los. Parece pouco para quem apedreja, mas só até ser apedrejado.

Antes que a brasa da fogueira de Regina Duarte apagasse, o camburão da patrulha ideológica passou recolhendo outro acusado de traição. Pedro Bial foi linchado por ter criticado “Democracia em vertigem”, o filme de Petra Costa que concorria ao Oscar. No GLOBO, a diretora disse que conseguiu “superar” o “baque” graças à “quantidade de abraços” que recebeu e à “irmandade” com que foi “acolhida”. As coisas vão mal quando opiniões sobre um filme geram ataques em massa. Mas vão muito pior quando uma diretora de cinema considera uma crítica como um ataque, e ainda merecedor de solidariedade. Perguntar não ofende: no que difere esse sentimento daquele do presidente da República, que trata qualquer crítica a seu governo como um ato de traição à pátria?

Mais de 30 anos depois da redemocratização, nossa esquerda segue na patrulha, vitimiza-se à primeira oportunidade e silencia quando se trata de criticar seu próprio campo. Isso seria apenas triste, ou ridículo, não fosse o fato de que essa postura é explorada politicamente pelo extremo oposto. E as pessoas comuns, cansadas da encenação e da moralidade seletiva, terminam reagindo da pior maneira, votando em quem ataca os patrulheiros com mais virulência.

Com a Jovem Guarda e o rock nacional, foram as palavras e ações de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nelson Motta, e outros brasileiros insuspeitos de colaboracionismo, que surgiram para arejar as cabeças e resgatar a liberdade de expressão do sequestro ideológico. Quem dera um desses super-homens venha nos restituir a glória da lucidez.

*Marcelo Trindade é advogado e professor da PUC-Rio


Denis Lerrer Rosenfield: Os evangélicos e as eleições

Sua estratégia consiste em captar o maior número de eleitores em diferentes partidos

Os evangélicos estão no centro do debate nacional. Tornaram-se atores políticos, pautando sua ação em valores conservadores, incluindo desde costumes até questões dogmáticas, como a mudança da Embaixada do Brasil em Tel-Aviv para Jerusalém. Ao contrário dos católicos, que não seguem normalmente os dizeres políticos de seus padres, eles tendem a observar as orientações de seus pastores. É bem verdade que os católicos são numericamente superiores aos evangélicos, porém tal diferença não tem relevância eleitoral.

Ademais, por muito tempo os católicos abandonaram posições religiosas em benefício de posições esquerdistas da Teologia da libertação, apoiada pela CNBB. Criou, por sua Pastoral da Terra, o MST e sempre o apoiou desde então. Não mais respeitou o direito de propriedade, afastando a Igreja dos empreendedores rurais. Esses setores da Igreja foram firmes apoiadores dos governos petistas.

O eleitorado evangélico considera os costumes sob uma ótica religiosa. Aí não entra em questão uma discussão propriamente racional, pois o seu fundamento se encontra num texto bíblico, que fornece os critérios do juízo e da ação. Assim é o caso do aborto, do casamento homoafetivo, dos textos didáticos sobre gênero e do que o PT considera politicamente correto. Aliás, esse partido começou a perder seu eleitorado evangélico ao contrariar essa pauta de valores. Quando Bolsonaro se manifesta sobre a pauta de costumes, tem em mente precisamente esse eleitorado.

Outro ponto de princípio dos evangélicos diz respeito à mudança da embaixada brasileira para Jerusalém. Trata-se de uma questão dogmática, não sujeita a discussão: Jesus ressuscitará quando Jerusalém se tornar a capital do Estado judeu. Passa, então, a correr outro tempo, o do processo de conversão dos judeus, passando ambas as religiões a ser uma, sob os princípios do cristianismo, principalmente o reconhecimento de Jesus Cristo como Messias.

Bolsonaro comprometeu-se com esse seu eleitorado a fazer tal mudança. Seu compromisso continua, embora por questões conjunturais tenha sido adiado. Muito provavelmente realizará essa mudança em 2021, um ano antes da eleição presidencial. Ao cumprir sua promessa, terá apoio maciço da comunidade evangélica. Note-se que Trump assim conquistou o apoio do eleitorado evangélico, ganhou as eleições e cumpriu a sua promessa.

O PT está aqui mal colocado, pois optou pelo politicamente correto de forma esquerdizante e se chocou de frente com os evangélicos. As contrariedades e os ressentimentos se traduziram no apoio ao candidato Bolsonaro em 2018. As posições antissemitas/antissionistas do PT igualmente tiveram papel importante no distanciamento. Lula tenta uma reaproximação, porém suas dificuldades são imensas. A visita ao papa tampouco atenua o problema, ao dirigir-se a outro eleitorado, além de seu caráter manifestamente inapropriado ao envolver o santo padre numa questão política, a da corrupção e do roubo em seus governos, sem arrependimento nem confissão.

Tomemos o exemplo da Assembleia de Deus. Essa confissão tem no Brasil em torno de 20 milhões de membros. São pessoas acima de 14 anos de idade, capazes de fazer a escolha de sua religião, quando então se tornam parte integrante dela, em sentido pleno. Considerando a idade eleitoral de 16 anos, quase todos são eleitores, em sentido estrito. Não barganham com questões dogmáticas, como certos preconceitos veiculam contra os evangélicos. Foram missionários suecos que a introduziram no País. São pessoas extremamente sérias e comprometidas com sua religião. A Igreja Universal do Reino de Deus, numericamente menor, tem, por sua vez, enorme importância midiática, por ser proprietária da Rede Record. Trata-se de uma rede de comunicação que abarca principalmente as classes C e D.

Qualquer PEC ou projeto de lei, para ser aprovado na Câmara dos Deputados, necessita passar pelo crivo da bancada evangélica. Após a bancada da agricultura e da pecuária, é a segunda em importância. A Câmara tem 513 deputados federais e a bancada evangélica, 86. Outras estimativas chegam a 106. O Senado tem 81 parlamentares e a bancada evangélica, 9. Outras estimativas chegam a 14. Qualquer articulação parlamentar de governo deve passar por tratativas com essa bancada, que sempre sustentará suas questões de princípio, mesmo quando não forem objeto específico de negociação.

Os evangélicos estão distribuídos em vários partidos, embora votem alinhados entre si. A sua estratégia consiste em captar o maior número possível de eleitores em diferentes configurações partidárias, atendendo a conveniências regionais. Ademais, escolhem candidatos preferenciais em cada Estado, concentrando neles os seus votos. Os candidatos escolhidos são pessoas próximas das lideranças religiosas e delas dependem, agindo organicamente. Muitos são “filhos espirituais”, assessores e discípulos.

Bolsonaro extraiu bem essa lição. O PT não a levou em consideração. Os demais candidatos deverão enfrentar essa questão.


Luiz Carlos Mendonça de Barros: Deixando as coisas bem claras

Apesar do revés com ritmo de recuperação, humor e apoio à política econômica mais liberal vão continuar melhorando

Na última sexta-feira fiz uma apresentação em seminário promovido pela Amcham em São Paulo onde me concentrei em mostrar a natureza atípica da recessão que vivemos nos últimos seis anos. Algo muito parecido com o conteúdo da minha coluna no Valor de janeiro passado, apenas com mais recursos audiovisuais do que um jornal impresso. O objetivo era mostrar, através de gráficos, o comportamento semelhante de uma série de indicadores de natureza econômica, inclusive de expectativas futuras dos agentes, na formação da bolha de demanda entre 2010 e 2014 e sua posterior ruptura entre 2015 a 2017.

Em todos eles temos o mesmo padrão: visualização do início da fase de formação da bolha com a curva da variável do gráfico se afastando da linha de tendência histórica e formando uma corcova para cima no gráfico. Posteriormente, com a explosão da bolha, a mesma corcova invertida se formando agora abaixo da linha de tendência. Finalmente, a partir de 2018, uma nova linha de tendência de crescimento se forma com uma inclinação ainda muito reduzida.

Pretendia contradizer a afirmação, sempre presente na mídia brasileira, de que vivemos a mais lenta das recuperações cíclicas da economia dos últimos tempos. Esta afirmação é incorreta pois não leva em conta a natureza da crise que vivemos sob o governo do PT, também ela nunca vista antes neste país. E esquece ainda que a macroeconomia da crise provocada por uma bolha de consumo como a que vivemos é diferente de recessões que ocorrem em um fim de ciclo econômico.

Por isto, agora em 2020, também a trajetória da recuperação deve levar em consideração os vários resíduos de bolha que ainda existem na economia além das limitações que ainda existem para uma política fiscal anti-cíclica. O mais grave destes resíduos é certamente a elevada taxa de desemprego, que ainda permanece. Como tenho ressaltado, o que está impulsionando o crescimento do consumo é o aumento da população empregada e uma elevação de cerca de 2% do salário real, alavancado pelo crédito bancário.

Mas fazem falta pelo menos três milhões de brasileiros com sua renda reduzida pelo fato de estarem fora do mercado de trabalho e que somente devem recuperar seus empregos ao longo de três ou quatro anos. Outros resíduos que dificultam a retomada, como batalha pela estabilização fiscal e a enorme ociosidade da indústria brasileira, vão pesar em 2020 e limitar a velocidade da recuperação cíclica em andamento.

Estas dificuldades foram lembradas agora aos analistas mais otimistas - inclusive eu - com a clara desaceleração havida neste final de ano. Tomo prova desta afirmação as revisões que estão sendo feitas por várias instituições financeiras sobre o crescimento do PIB no último trimestre de 2019. Há algumas semanas o número mais citado era da ordem de 0,6% o que corresponderia a uma velocidade anual de mais de 2% ao ano na virada de 2010. Hoje os números estão sendo revistos para algo como 0,4% o que corresponde a uma velocidade anual composta de 1,6%.

Com este crescimento mais baixo no último trimestre de 2019, precisa ocorrer uma aceleração da economia nos próximos meses - o que quer dizer hoje do consumo das famílias - para que possamos chegar a um crescimento anual, em 2020, próximo de 2,5%. Apesar da ducha de água fria nos mais animados com a recuperação cíclica, que está ocorrendo mesmo um número próximo de 2%, deve continuar a melhorar o humor e o apoio da sociedade à alternativa de política econômica mais liberal.

Finalmente quero tratar nesta coluna da questão da alta volatilidade da cotação do real nos mercados de câmbio e que tem sido citado por um certo grupo de analistas como um sinal de alerta a ser considerado. A grande causa desta volatilidade recente tem sido o rápido e brutal ajuste nas taxas reais de juro da economia medida pela Selic. Aliás a Selic explica também o movimento no índice Ibovespa, que chegou a dobrar de valor no final de 2019 simplesmente porque a taxa de desconto sobre lucros futuros das empresas brasileiras passou de 12% ao ano para menos de 7%.

No caso da taxa de câmbio foi a queda do juro real na economia que fez com que todo um grupo de rentistas no exterior zerasse suas aplicações em reais e buscasse outras freguesias para aplicação de seus recursos. Neste movimento racional trocaram reais por dólares, pressionando a taxa cambial da moeda brasileira. A este movimento o Banco Central respondeu corretamente equilibrando, por intervenção sua, a demanda por dólares, vendendo inclusive dólares de sua reserva externa.

Ao fazer esta troca provocou uma redução expressiva da conta de juros paga pelo Tesouro em sua dívida pública. Paralelamente outro movimento de ajuste no mercado de câmbio ocorreu com várias empresas brasileiras aproveitando juros reais mais baixos nas operações de crédito junto aos bancos brasileiros para reduzir seu endividamento em moedas estrangeiras. Mais uma vez a troca de dólares por reais gerou volatilidade nas operações cambiais.

Finalmente, com a queda dos juros nos mercados interbancários (DIs) a níveis muito baixos os especuladores de curto prazo migraram para o mercado de câmbio e vem tentando repetir o que sempre ocorre no Brasil quando a volatilidade do real aumenta; ganhar um dinheirinho extra.

*Luiz Carlos Mendonça de Barros, engenheiro e economista, é presidente do Conselho da Foton Brasil. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações.


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Bruno Carazza: A corrida do ouro

Super Terça indica para onde vai o dinheiro nos EUA

Super Terça. A expressão já começou a pipocar nos noticiários, e a ouviremos cada vez mais até a sua data fatídica: 03/03. Nesse dia, eleitores de 14 Estados americanos, incluindo os mais populosos - Califórnia e Texas - definirão suas preferências entre os pré-candidatos dos partidos Democrata e Republicano. No complexo sistema de primárias das eleições americanas, cada Estado tem um peso, e o fato de que vários deles se posicionam no mesmo dia dá à Super Tuesday o título de grande prévia sobre o que poderá ocorrer até as Convenções Nacionais dos partidos, que apontarão oficialmente os dois nomes que aparecerão nas cédulas eleitorais em 03/11/2020.

Um exemplo da importância da Super Terça na definição dos destinos da eleição americana aconteceu no pleito anterior. Em 2016 o partido republicano iniciou a disputa com 17 pré-candidatos, até então a maior divisão em um único partido na história americana. Entre as opções, os senadores Ted Cruz, Marco Rubio, Rand Paul e Rick Santorum, o governador Jeb Bush, a super executiva Carly Fiorina (ex-HP) e Donald Trump.

As primárias iniciais (Iowa, New Hampshire, Carolina do Sul e Nevada) haviam surpreendido com um bom desempenho de Trump, mas até a realização da Super Terça, em 01/03, ele sofria uma perseguição acirrada de Ted Cruz e Marco Rubio. Após o fechamento das urnas, porém, Trump celebrou a vitória em 7 dos 11 Estados, e se colocou como o nome forte do partido republicano. Nas semanas seguintes, seus adversários foram abandonando a peleja, um a um, até a Convenção Nacional do Partido ratificar seu nome em 19 de julho.

Uma medida de como esse evento é um divisor de águas na eleição americana é o fluxo de doações para os comitês de cada um dos candidatos. Em 2016, até a realização da Super Terça, Trump havia recebido 16,6% de todas as contribuições feitas aos candidatos republicanos. Após a sua vitória, a maré virou: nas semanas seguintes ele capitaneou nada menos que 79,4% do dinheiro destinado ao seu partido.

Neste ano, o cenário se inverteu. Enquanto Trump reina absoluto no lado republicano, são os democratas que se dividem numa profusão de pré-candidatos. A disputa começou com um recorde de 29 alternativas, sendo que a essa altura ainda permanecem 8 pretendentes. Além do número elevando de competidores, houve uma grande confusão na prévia de Iowa, quando o sistema de coleta e contagem de votos contratado pelos Democratas simplesmente não funcionou. Como resultado, o partido segue em direção à Super Terça com um futuro totalmente incerto.

De acordo com os dados divulgados pela Federal Election Commission (FEC), o órgão do governo americano encarregado de organizar as eleições, o fluxo de dinheiro entre os candidatos indica o quanto a indefinição democrata movimenta as bolsas de apostas. Nem bem começou a corrida eleitoral e já foi doado US$ 1,2 bilhão para os candidatos, o equivalente a quase 80% de todo o dinheiro movimentado no ciclo eleitoral de 2016. A maior fatia desse montante (US$ 991 milhões) concentra-se entre os candidatos do partido democrata.

Neste ciclo eleitoral, vemos diferentes padrões aflorarem no perfil de arrecadação de cada um dos candidatos. Entre os democratas, despontam os bilionários Tom Steyer e Michel Bloomberg, que até agora já gastaram do próprio bolso US$ 200 milhões cada um para impulsionar suas candidaturas. Na sequência, entre os democratas que recorrem ao público e a empresários para financiar suas campanhas, vêm o senador Bernie Sanders (com US$ 109 milhões recebidos até agora), Elizabeth Warren (US$ 82 milhões), Pete Buttigieg (US$ 76,8 milhões) e Joe Biden (US$ 62 milhões). Do outro lado, Trump já levantou US$ 211,3 milhões - e, ao contrário de 2016, quando aplicou US$ 18 milhões do seu próprio patrimônio para fazer propaganda política, neste ano Trump ainda não despendeu nenhum centavo de sua carteira.

Outra forma interessante de observar os dados de financiamento eleitoral é observar como os setores se movimentam conforme os ventos eleitorais vão mudando. A organização Open Secrets Center for Responsive Politics se debruça sobre os dados fornecidos pela FEC, mapeando a quais setores da economia se vinculam os doadores - nos Estados Unidos, as contribuições devem vir acompanhadas não apenas da indicação de nome e endereço do doador, mas também de seu vínculo empregatício. Os dados coletados pela Open Secrets indicam que, até agora, os setores financeiro, de eletrônica e comunicações e escritórios de advocacia lideram o ranking investidores no jogo eleitoral.

Decompondo as contribuições por setor e candidato, vemos que Trump domina amplamente as preferências na maioria deles, com destaque para o agronegócio, construção, energia e bancos - indicando uma coerência entre suas políticas e seus principais financiadores. A única área de destaque na qual o atual presidente não prevalece é a de comunicação e eletrônica (em outras palavras, o Vale do Silício), que claramente se posiciona a favor dos democratas, na seguinte ordem de preferências: Sanders, Buttigieg e Warren.

Ao que tudo indica, 2020 baterá o recorde de mobilização de dinheiro nas eleições presidenciais americanas, muito provavelmente superando pela primeira vez a casa de US$ 2 bilhões. Até aqui, o recorde pertence a 2008, com US$ 1,8 bilhão. Nesse ano, Barack Obama surpreendeu e atraiu US$ 778 milhões para se tornar o primeiro presidente negro da história do país. O sucesso de Obama esteve em combinar tanto um volume imenso de doações de pequeno valor, feitas por crowndfunding e via internet, quanto expressivos aportes de bilionários do Vale do Silício e de Manhattan.

Num cenário de tanta incerteza a respeito da indicação do partido Democrata para a eleição presidencial, todos os olhos - e bolsos - estarão concentrados na Super Terça.

*Bruno Carazza é mestre em economia, doutor em direito e autor de “Dinheiro, Eleições e Poder: as engrenagens do sistema político brasileiro”.


José Goldemberg: A Conferência de Madrid, fracasso ou sucesso?

Revolução silenciosa no mundo está evitando um aumento assustador das emissões de gases-estufa

A 25.ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 25), que se realizou em Madrid, na Espanha, em dezembro de 2019, tem sido descrita frequentemente como um completo fracasso, porque as decisões mais importantes a serem tomadas foram adiadas para a COP 26, neste ano de 2020, em Glasgow, na Inglaterra.

Essas decisões dizem respeito, basicamente, a recursos financeiros, tais como a transferência de recursos dos países mais ricos para os países em desenvolvimento para ajuda-los a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e reconhecer créditos por ações já realizadas no passado por esses países.

Há anos que as discussões sobre esses temas se arrastam. A impressão que se pode ter, portanto, é de que os temas essenciais estão sendo transferidos de ano para ano e que as reuniões da COP são realmente convescotes em que se reúnem diplomatas, ativistas ambientais, celebridades e ministros do meio ambiente, nos quais a retórica é elevada, mas não tem consequências práticas.

A realidade é bem mais complexa: apesar das emissões estarem aumentando, elas teriam aumentado muito mais sem as decisões tomadas pela Convenção do Clima assinada no Rio de Janeiro em 1992 e pelas COPs subsequentes, realizadas desde então, que alertaram o mundo todo para os problemas do aumento das emissões de carbono e o consequente aumento da temperatura global.

Essa conscientização estimulou inovações tecnológicas (e sua adoção) que tornaram a economia mundial mais eficiente e, por conseguinte, reduzindo as emissões de carbono. Por exemplo, automóveis produzidos hoje podem rodar 15 quilômetros com um litro de gasolina, os produzidos há 20 anos atrás necessitavam 1,5 litro para rodar a mesma distância. Lâmpadas LED iluminam muito mais com menos consumo de eletricidade.

O sucesso da globalização da atividade industrial que se verifica no mundo contribuiu para a redução das emissões: não existem mais automóveis produzidos no México, no Brasil ou nos Estados Unidos, mas uma cadeia internacional de componentes que permite que eles sejam fabricados em vários países.

Em outras palavras, enquanto os diplomatas se reúnem nas COPs durante duas semanas, todos os anos, e parecem não chegar a um acordo – como não chegaram na Conferência de Madrid –, uma revolução silenciosa está acontecendo no mundo e evitando um aumento assustador das emissões de carbono e de outros gases responsáveis pelo aquecimento global.

Não entender essa realidade é que tornou difícil a implementação das medidas acertadas no Rio de Janeiro em 1992 e em Kyoto em 1997 para reduzir as emissões de carbono. Esse não é apenas um problema ambiental, mas um problema de política industrial e comercial, que só foi resolvido com a adoção do Acordo de Paris, em 2015, na COP 21. Nesse acordo ficou acertado que cada país decidiria de forma soberana o que pretende fazer no que se refere à redução das suas emissões, adotando metas e prazos para cumpri-las. Apesar de voluntárias, elas se tornariam mandatórias uma vez comunicadas ao Secretariado da Convenção das Partes e seriam revisadas a cada cinco anos. O Brasil fez isso sem exigir recursos para cumprir suas metas, como, por exemplo, reflorestar 12 milhões de hectares.

A China, o maior emissor mundial e cujas emissões estão crescendo, comprometeu-se a reduzi-las substancialmente substituindo o uso de carvão por gás natural e estimulando o uso de energias renováveis. Ao fazê-lo, o governo chinês pretende resolver também o problema urgente da poluição urbana, cuja causa principal é o uso de combustíveis fósseis.

Transferência de recursos para ajudar os países mais pobres a tomar medidas para reduzirem emissões se destina, realmente, a países da África, do Sudeste da Ásia e das ilhas do Oceano Pacífico, e não a países mais avançados e aspirantes a membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como o Brasil.

Essas promessas – que inicialmente eram muito vagas – tomaram a forma de um aporte prometido de US$ 100 bilhões anuais na COP de Copenhague, em 2009. Mas esses US$ 100 bilhões se referem a “investimentos relacionados ao clima”, como os que o Banco Mundial faz todos os anos e atingiriam US$ 43,1 bilhões em 2012. A Índia e outros países argumentam que esses recursos seriam transferidos para os seus governos, o que é considerado um entendimento equivocado.

Além disso, foi criado o Fundo Verde para o Clima, em 2015, que levou anos para ser estruturado e só tem desembolsado alguns bilhões de dólares por ano em 123 projetos – apenas três deles no Brasil. Acelerar a apresentação de projetos a esse fundo é a principal ação que o Brasil deveria tomar, além de insistir para que ele se torne mais ágil.

Esse parece ser um caminho muito mais promissor do que se envolver em intermináveis discussões sobre a expectativa de receber créditos por ações realizadas no passado, que parece muito problemática. Esse programa de créditos foi mal formulado e o seu valor de mercado se tornou irrisório. Insistir neles parece ser uma estratégia pouco construtiva.

*Professor emérito e ex-Reitor da Universidade de São Paulo (USP), foi ministro do Meio Ambiente


Ricardo Noblat: Marcelo Bretas, um juiz “terrivelmente” próximo de Bolsonaro

Um trunfo a ser jogado na mesa

A um juiz não é proibido manter relações cordiais com qualquer pessoa. Mas pela função que exerce, por ser obrigado a interpretar a lei de forma imparcial e fazer justiça, espera-se que se comporte com a máxima discrição possível, principalmente em relação a quem possa vir a ser atingido direta ou indiretamente por suas decisões.

Assim se comportou Sérgio Moro até renunciar à toga e aderir ao candidato que mais se beneficiou de suas sentenças quando disputou a presidência da República em 2018. Um ano antes, o próprio Bolsonaro provara na pele o distanciamento prudente que Moro matinha dos políticos. Tentou cumprimentá-lo no aeroporto de Brasília. Foi ignorado.

Depois de Moro, nenhum outro juiz identificou-se tanto com a Operação Lava Jato como Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Com uma diferença: ele não fez e não faz a mínima questão de mostrar-se distante de políticos, sobretudo do presidente Jair Bolsonaro. Pelo contrário: faz questão de se identificar publicamente com ele.

Mais de uma vez nas redes sociais revelou que o admira e apoia. Certa vez viajou a Brasília para uma reunião de fim de semana com ele que não fez parte da agenda oficial do presidente. Recebeu seu filho Flávio para uma longa conversa a sós. E, no último sábado, recepcionou Bolsonaro na Base Aérea do Galeão e com ele embarcou no carro presidencial.

Participou ao lado de Bolsonaro da inauguração da alça de ligação da Ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha. Foi visto com Bolsonaro no show evangélico promovido pelo prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). Enquanto Bolsonaro e Crivela entoavam hinos religiosos e, a certa altura, dançavam, Bretas manteve-se sentado. Apenas observou.

Bolsonaro tem no juiz não apenas uma pessoa confiável, capaz de aconselhá-lo nas horas incertas, mas também um trunfo que poderá jogar na mesa se precisar substituir Moro no Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Ou se quiser de fato preencher a próxima vaga a ser aberta no Supremo Tribunal Federal com um ministro terrivelmente evangélico.

Bretas se quiser, sempre poderá dizer que o bom ou o mau exemplo vem de cima. Quantas vezes ministros do Supremo foram vistos entrando e saindo de reuniões sigilosas com presidentes e vices? O presidente do tribunal, Dias Toffoli, não se vangloria de ter abortado um golpe que poderia ter derrubado Bolsonaro? Um golpe que só ele detectou?

Ministros do Supremo também já foram grampeados durante conversas impróprias com políticos de diversos partidos. Não é de estranhar, pois, que a confiança na Justiça seja tão pouca por estas bandas.


Leandro Colon: Caso Secom é hora da verdade para Comissão de Ética da Presidência

Se a comissão topar manobra de Wajngarten e aplicar inútil advertência, é melhor deixar de existir

A Comissão de Ética Pública, vinculada à Presidência, deve discutir nesta terça-feira (18) o caso de conflito de interesses, revelado pela Folha, envolvendo o chefe da Secom do Planalto, Fabio Wajngarten.

Investigado pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção, peculato e advocacia administrativa, Wajngarten aposta em um salvo-conduto do colegiado para estancar o desgaste que vem sofrendo no cargo.

Criada em 1999, a comissão teve poucos efeitos práticos até agora. É um órgão consultivo, sem poder para demitir servidores que corrompam princípios éticos. No máximo, recomenda a exoneração ou aplica uma advertência. Não pune para valer.

Até hoje, por exemplo, apenas um ministro foi alvo do pedido de demissão: Carlos Lupi, no governo de Dilma Rousseff, em 2011, pelas relações promíscuas de ONGs ligadas ao PDT, seu partido, e a pasta que comandava, o Ministério do Trabalho.

Como mostrou este jornal, Wajngarten, ao assumir a chefia da Secom de Jair Bolsonaro, omitiu da comissão da Presidência que era sócio de uma empresa que mantém contratos há anos com emissoras de televisão e agências de publicidade contratadas pelo governo com verbas destinadas pela própria Secom.

A lei 12.813, do conflito entre interesses público e privado, proíbe o servidor de exercer atividade que implique “a prestação de serviços ou a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão dele ou de colegiado do qual participe”.

Se não bastasse a omissão dos negócios fora do Planalto, Wajngarten fez uma proposta estapafúrdia à comissão: transferir à sua mulher a empresa da qual tem 95% das cotas.

Hoje, o chefe da Secom distribui verba do governo para seus clientes. Com a mudança sugerida, mandará dinheiro para clientes da própria mulher. O conflito de interesses continua. Por que Wajngarten não rompe seus contratos privados com as emissoras? Se a comissão topar a manobra e ainda aplicar uma inútil advertência, é melhor deixar de existir.

*Leandro Colon, Diretor da Sucursal de Brasília,


Vinicius Mota: O que é pior? fake news ou seus caçadores?

A pretexto de combatê-las, autoridades promovem censura, abuso e mais fake News

O que é pior? A difusão das chamadas fake news ou as tentativas das autoridades de combatê-la?

Na terça-feira (11), tivemos mais um exemplo que reforça a segunda hipótese. Uma comissão de deputados e senadores instalada para investigar fraudes informativas nas eleições tornou-se, ela própria, cenário de uma farsa, que deflagrou uma torrente de ofensas à honra da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha.

Também com o fito republicano de detectar quem disseminava conteúdo difamatório e ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal, a corte inventou um inquérito esquisito, contornando o Ministério Público, no qual a vítima apura, manda a polícia agir e julga. Censurou a revista Crusoé nessa toada.

Nas eleições de 2018, o Tribunal Superior Eleitoral, autoproclamado caçador de fake news, mandou suspender, como se fossem mentirosas, mensagens partidárias publicadas numa rede social que se baseavam em notícias verídicas veiculadas pela imprensa profissional.

Inspirado em valores não menos elevados, em 2019 o Congresso Nacional tornou crime, punível com até 8 anos de cana, divulgar, “ciente da inocência do denunciado e com finalidade eleitoral, (...) ato ou fato que lhe foi falsamente atribuído”. O TSE de 2018, se já existisse a norma, poderia condenar à prisão quem publicou a notícia que considerou mentirosa, mas que era fidedigna.

Deus nos livre de autoridades bem-intencionadas à caça de fake news.

Que tal a alternativa de voltar ao básico? Não é preciso fabricar leis, CPIs ou inquéritos de exceção para apurar o que há de difamatório, injurioso, ameaçador ou calunioso numa manifestação. Vale o mesmo para as indenizações por dano moral, com função não só de recompensar o agredido mas também de desestimular novas agressões e agressores.

O Supremo fará melhor substituindo as invencionices penais pela discussão da imunidade parlamentar: ela abona o achincalhe de cidadãos comuns? Está aí o caso de Eduardo Bolsonaro para servir de precedente.

*Vinicius Mota, Secretário de Redação da Folha